As declarações do governador Cid Gomes (PROS) e do
deputado federal José Guimarães (PT) com relação ao PMDB como partido que deve
ser combatido e não visto como aliado, parece que já anunciavam os tempos
difíceis que as próximas gestões, seja federal, estadual e municipal
enfrentarão. Na Câmara Federal, apesar do acordo de rodízio para a presidência
da Câmara entre PMDB e PT, a bancada peemedebista deu aval à pré-candidatura do
líder do partido, Eduardo Cunha (RJ), para a disputa pela Presidência da Casa
em 2015.
A decisão ocorreu um dia depois dos deputados
aplicarem a primeira derrota à presidente reeleita Dilma Rousseff. Deputados
aprovaram projeto que susta efeito de decreto presidencial sobre conselhos
populares.
Para evitar uma espécie de antecipação da briga, os peemedebistas aprovaram
oficialmente, por unanimidade, apenas a recondução de Cunha para a liderança do
PMDB. A bancada também lançou uma autorização para que ele articule a formação
de um bloco para atuar na Câmara no próximo ano.
A ideia é envolver principalmente PR, PP, PSC, PTB e Solidariedade. O PMDB quer
isolar o PT, que elegeu a maior bancada da Casa com 70 parlamentares. O PMDB
reclama ainda da atuação dos petistas na Casa e a atuação do partido nas
disputas estaduais.
Um exemplo foi a interferência de petistas e do ex-presidente Lula em apoio a
Robinson Faria (PSD) na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte, que acabou
sendo vital para a derrota do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN).
No Ceará, o senador Eunício Oliveira já declarou que fará uma oposição crítica
ao governador eleito Camilo Santana (PT). A coligação que apoiava Eunício, no
entanto, elegeu 11 deputados, mas nem todos devem acompanhar o senador na
decisão de marchar como oposição. O presidente da Câmara Municipal de
Fortaleza, Walter Cavalcante (PMDB), por exemplo, prega o diálogo. Até mesmo o
capitão Wagner, acusado de coordenar uma milícia dentro da polícia pelos irmãos
Ferreira Gomes, diz que vai aguardar o posicionamento do governador com relação
às reivindicações da Polícia cearense.
No âmbito municipal, o prefeito Roberto Cláudio e o vice-governador Gaudêncio
Lucena romperam na disputa eleitoral e a reconciliação parece impossível. Já na
Câmara Municipal, os peemedebistas não parecem propensos a marcharem para a
oposição. Após o rompimento do prefeito com o vice, os quatro vereadores Walter
Cavalcante, Vitor Valim, Carlos Mesquita e Magaly Marques afirmaram que
continuariam apoiando o prefeito. Mesmo com a saída de Walter e Valim no
próximo ano, eleitos deputado estadual e federal, respectivamente, os seus
substitutos Marcus Teixeira e Luciram Girão, irmão do deputado estadual
Lucílvio Girão (SD), devem continuar na base de apoio ao prefeito.
Via: Ceará Agora