EMPRESA SEM FUNCIONÁRIOS ERA USADA PARA DESVIAR DINHEIRO PÚBLICO DE 23 PREFEITURAS
Esquema
de fraude em licitações envolvendo 23 prefeituras cearenses e a empresa Dimetal
Construções e Serviços LTDA desviou cerca de R$ 10 milhões dos cofres públicos,
entre 2007 e 2011, para as contas pessoais de prefeitos, secretários
municipais, empresários, engenheiros e advogados, segundo o Ministério Público
do Estado (MPE). As informações foram repassadas pelo MPE, na manhã desta
quarta-feira, 29, na sede do órgão.
A
Dimetal não possuía funcionários nem máquinas, sendo usada como fachada para o
desvio do dinheiro, de acordo com o promotor Luiz Alcântara, da Procuradoria
dos Crimes contra a Administração Pública (Procap).
“A
Dimetal não recebia um centavo daquilo que foi supostamente pago por serviços.
As licitações foram todas fraudadas. E as obras eventualmente realizadas foram
realizadas não pela empresa, mas pelos próprios gestores”, explicou Alcântara,
durante coletiva de imprensa, para detalhar a Operação “Vil Metal”, deflagrada
na terça-feira, 28, em parceria com a Polícia Civil.
A
partir da Dimetal, outras sete empresas entraram na investigação do MP por
suspeita de serem usadas com o mesmo propósito. Segundo o promotor Eloilson
Landim, as irregularidades investigadas nas 23 prefeituras podem ter causado um
rombo de até R$ 30 milhões. Segundo ele, 1.215 licitações podem ter sido
fraudadas pelas sete empresas acusadas e por gestores municipais.
Escândalo
dos Banheiros
As
investigações que culminaram com a Operação Vil Metal foram desdobramento do
chamado escândalo dos banheiros, denunciado pelo O POVO há dois anos, no qual a
participação da Dimetal já havia sido detectada pelo MP.
“O
que mais nos chamou a atenção nessa investigação foi a ousadia (da quadrilha).
A empresa já havia sido identificada e continuou agindo. É como se acreditassem
que a instituições não existem”, disse Luiz Alcântara.
São
Gonçalo do Amarante
Entre
os suspeitos de envolvimento no suposto esquema de fraude em licitações e
desvio de dinheiro público estão o ex-prefeito de São Gonçalo do Amarante,
Walter Ramos de Araújo (PR), o ex-vice-prefeito, Francisco Moraes Braga (PPS),
e outras 26 pessoas – entre ex-gestores, engenheiros, advogados e empresários.
Eles tiveram prisão temporária decretada pela Justiça.
Fonte: O Povo Online
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