Ceará anuncia que salário de professores será igualado a piso nacional
Proposta corrige
vencimento básico do magistério em 13,01%. Camilo Santana comunicou outras três
medidas para a categoria que devem, no total, gerar impacto de pelo menos R$
70,5 milhões, por ano, ao Estado
O governador Camilo Santana
(PT) anunciou, na tarde de ontem, reajuste que iguala o salário dos professores
no Ceará com o piso nacional do magistério. Outras três medidas - nomeação de
212 professores concursados, pagamento de vale-alimentação para temporários e
ampliação de carga horária definitiva - foram comunicadas, em coletiva no
Palácio da Abolição, e devem gerar impacto de pelo menos R$ 70,5 milhões por
ano ao Estado.
A proposta corrige o
vencimento básico do magistério em 13,01%, o que deve beneficiar 48.842
professores, entre ativos, aposentados e temporários. Em janeiro, o governo
havia concedido 6,45% de reajuste aos professores. “Agora, vamos reajustar toda
a tabela para elevar o vencimento básico de modo a atingirmos o aumento total
de 13,01%”, conforme determina o artigo 5º da lei federal nº 11.738, de 2008.
A medida será enviada, em
maio, para a Assembleia Legislativa, e deverá gerar impacto de R$ 60 milhões
por ano ao Estado. Segundo Camilo, a previsão é de que a lei seja sancionada
até junho.
O governador afirmou que
reconhece o retroativo de janeiro de 2015. “Vamos pagar a partir da lei
aprovada, provavelmente no segundo semestre. Precisamos negociar para ver como
fazer o reembolso”, explicou. Conforme o Sindicato dos Professores e Servidores
do Ceará (Apeoc), a média salarial dos profissionais em atividade, que são
aproximadamente 14 mil professores, passará a ser de R$ 3.900 no Ceará.
Medidas
O governador sancionou,
também na tarde de ontem, lei que concede vale-alimentação aos professores
temporários, assim como recebem os efetivos. “É uma reivindicação histórica, de
mais de 30 anos”, afirma o presidente do sindicato, Anízio Melo. Cerca de
quatro mil temporários serão contemplados. O impacto será de R$ 9 milhões ao
ano.
Além disso, Camilo anunciou
a prorrogação da validade do concurso de 2013 para o magistério e nomeação de
212 professores já aprovados. De acordo com o governador, haverá uma solenidade
formal, ainda sem data marcada, para oficializar a posse dos profissionais. O
Estado vai arcar com cerca de R$ 1,5 milhão, por ano, na substituição dos
contratos temporários.
A última medida foi a
autorização do processo de ampliação definitiva de carga horária, que permite a
professores efetivos que queiram trabalhar em regime de 40 horas semanais poder
fazer a mudança. “Nós conquistamos uma lei estadual, no ano passado, que o
professor concursado de 20 horas pode ampliar para mais 20 sem precisar fazer
outro concurso”, explicou o vice-presidente do Sindicato Apeoc, Reginaldo
Pinheiro.
“Fizemos longos diálogos
desde janeiro, mesmo nesse momento difícil do ponto de vista econômico, que vem
levando à redução da arrecadação de estados e municípios”, declarou Camilo.
Agora, a expectativa da categoria é de que o governo “coloque o pé no
acelerador” para valorizar outros profissionais da educação. “Esperamos que até
o final deste semestre tenhamos uma proposta que possa contemplar a revisão da
tabela vencimental dos outros funcionários, como auxiliares administrativos,
bibliotecários. O governador se comprometeu que recursos extraordinários que
cheguem dos royalties sejam canalizados para isso”, disse Anízio.
O POVO tentou contato com a Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE), para checar quais estados ainda não cumprem o
piso nacional, mas as ligações não foram atendidas na noite de ontem.
Saiba mais
Educação
As medidas foram anunciadas
por Camilo Santana no Dia Internacional da Educação. Para amanhã, a categoria
mantém participação na greve geral articulada pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE). Em Fortaleza, a concentração será no Palácio
da Abolição.
Trabalhadores de escolas de
todo o País vão reivindicar o cumprimento do piso salarial do magistério e
planos de carreira, das metas e prazos do Plano Nacional de Educação (PNE),
pela equiparação à média salarial de outras categorias do funcionalismo público
e se manifestar contra a terceirização.
Para a CNTE, o Brasil
precisa aumentar os investimentos educacionais na proporção de 10% do PIB, ao
longo da próxima década, com vinculação dos royalties de petróleo e gás natural
que serão destinados a estados e municípios pelo regime de partilha do Pré-sal.
Fonte: O POVO Online
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