17 de outubro de 2013

SENADO APROVA PROJETO PARA CRIAÇÃO DE MAIS DE 180 NOVOS MUNICÍPIOS

O Senado aprovou nesta quarta-feira (16) projeto que abre caminho para a criação de mais de 180 novos municípios e cerca de 30 mil cargos públicos no país. O texto segue para sanção da presidente Dilma Rousseff. O projeto altera regras para a criação, fusão e desmembramento de municípios, que somam 5.570 no país. 

Apesar do impacto, nenhum senador falou contra o mérito do projeto. Foto: Agência Senado

Segundo dados da Frente Parlamentar de Apoio à Criação de Novos Municípios, a proposta deve permitir em curto prazo a formação de até 188 novos municípios que cumprem as novas regras impostas pelo Congresso, entre os que serão emancipados, desmembrados ou mesmo criados.  

Governistas estimam que os novos municípios vão trazer impactos da ordem de R$ 9 bilhões mensais aos cofres públicos, tendo como base o número de prefeitos, vice-prefeitos, servidores das prefeituras, vereadores e funcionários das Câmaras Municipais com o cálculo de salário médio de R$ 3 mil.

A proposta enfrenta resistências no governo por provocar aumento de gastos para bancar as estruturas de Executivo e Legislativo da nova cidade. Apesar do impacto, nenhum senador falou contra o mérito do projeto. Apenas o PSDB liberou a bancada, para cada parlamentar votar individualmente, sem orientação da sigla. No total, 53 senadores votaram a favor do projeto, 05 foram contrários à sua aprovação e outros três se abstiveram.

Estudo de viabilidade municipal precisa ter apoio de 20% dos eleitores da área

Pela proposta, a formação de novas cidades só será permitida após a realização de Estudo de Viabilidade Municipal e de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações envolvidas. O projeto determina que, para a criação do município, o estudo de viabilidade municipal precisa ter apoio de 20% dos eleitores da área a ser emancipada.

O texto também exige uma população mínima, que varia de acordo com a região. Para a emancipação, a população do novo município deve ser igual ou superior a 6.000 habitantes nas regiões Norte e Centro-Oeste; 8.500 mil habitantes no Nordeste; e 12.000 no Sul e Sudeste.

As assembleias legislativas terão ainda que aprovar as condições econômicas de subsistência do município. Serão proibidos, por exemplo, o chamado distrito dormitório, sem atividade comercial ou industrial.

Numa vitória do governo, o projeto manteve a proibição para a criação de municípios em áreas da União, terras indígenas e de preservação ambiental. Os deputados haviam liberado a criação nessas áreas. 

Senadores afirmam que as novas regras vão "moralizar" o atual modelo

Apesar de o projeto abrir caminho para a criação de novas cidades e aumento de gastos, senadores afirmam que as novas regras vão "moralizar" o atual modelo. "Vai ter custos para quem? Para ninguém. A arrecadação do município-mãe será a mesma, ele só vai reparti-la com a nova cidade. Aumentar despesa, não aumenta", disse o senador Valdir Raupp.

Autor do projeto, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse que o projeto é "moralizador" e não aumenta os gastos municipais. "É tão moralizador que, se estivesse em vigor há alguns anos atrás, mais de dois mil municípios não teriam sido criados. É um marco regulatório, moralizando a criação, fusão e incorporação dos municípios", disse.


Senadores contrários ao projeto criticaram o momento de sua aprovação em meio às reclamações de prefeitos endividados e a pouco mais de um ano das eleições. "Em outras circunstâncias de temperatura e pressão atmosférica, poderiam ser perfeitamente aceitos esses critérios. Temos inúmeros municípios que estão com o seu limite de gastos ultrapassados. Muitos não poderão pagar os décimos terceiros salários. Não é o melhor momento para providências desta ordem", disse o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Diário do Nordeste

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