5 de outubro de 2013

“OS POLÍTICOS ESTÃO VICIADOS EM POLITICAGEM”, DIZ TASSO EM ENTREVISTA EXCLUSIVA À ÉPOCA

Depois de três anos de reclusão, o ex-governador e ex-senador cearense Tasso Jereissati, ex-presidente do PSDB e uma das principais lideranças nacionais do partido, decidiu romper o silêncio. Na semana passada, ele recebeu ÉPOCA no seu escritório em Fortaleza.
Na entrevista exclusiva, o ex-governador do Ceará critica o troca-troca dos partidos, o aparelhamento e a corrupção – e diz que o Brasil precisa de uma nova geração de homens públicos. “Os partidos viraram legendas de aluguel, hotéis de alta rotatividade. Isso sempre existiu no Brasil, mas hoje se generalizou e se institucionalizou”, diz Tasso.
Cid e Ciro
Questionado sobre a avaliação que faz da saída dos irmãos Gomes do PSB? e qual o impacto que isso pode ter no PSB e na política local, Tasso disparou:  ”No plano nacional, não sei, mas na política local, estadual, terá muito impacto, porque é um exemplo do arrasamento dos partidos, da coroação da política de troca de partidos, de cargos, de vantagens. Cada um que se salve e o último que sair que apague a luz. A meu ver, isso consolida um cenário que se manifestou em caráter nacional, e também aqui. Ao mesmo tempo sela uma aliança da família Gomes com o PT e o governo Dilma e isola o PSDB e PMDB, que era o grande aliado do PT aqui, neste quadro aqui. Isso foi rachado no meio, porque existe um candidato derrotado ao governo do Estado e fica claro que o candidato do PMDB não vai ser o candidato do governo federal”, enfatizou.
Legendas de aluguel
A revista ainda questionou sobre como a saída dos irmãos Gomes para o Pros afeta o PSDB no Ceará. Ao ticar neste assunto, Tasso acabou revelando sobre a articulação política dos últimos dias.“Depois de ouvir o que vou dizer agora, você vai falar que eu sou o pior político que conheceu na sua vida. Nos últimos cinco dias, houve uma romaria de deputados, de candidatos a deputado, estaduais e federais, ao meu escritório, para me dizer que estão de saída do PSDB, porque foram convidados por A ou por B. Vieram me comunicar ou para ver se eu tinha possibilidade de compensar essas oportunidades, ficar dono do partido, que é o grande sonho hoje em dia. Todo mundo quer ser dono de partido, que dá direito a minutos de televisão e ao fundo partidário. Não é tão desprezível assim. A minha conclusão é que prefiro começar o partido do zero, porque na verdade eles já não são do partido, não têm nada a ver com o partido. Não estamos no poder para fazer concessões, muito menos financeiras, nem para oferecer cargos. Ninguém vai ser dono do partido também. Então é melhor começar do zero e quem sabe não aparece gente nova por aí. Por coincidência, apareceu um grupo de jovens médicos, dispostos a formar uma nova visão política e a ser candidatos.”, disse.

Fonte: Politica com K

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