TSE BARRA CRIAÇÃO DO PARTIDO DE MARINA SILVA
Principal candidata da oposição ao governo Dilma Rousseff de acordo com
as últimas pesquisas, a ex-senadora Marina Silva viu o pedido de registro da
legenda Rede Sustentabilidade ser rejeitado na noite de ontem pelo Tribunal
Superior Eleitoral. Por 6 votos a 1, o pedido de criação do partido foi
rejeitado pelo pleno da corte, com voto favorável apenas do ministro Gilmar
Mendes. Para atingir o número mínimo de assinaturas, a Rede pedia que o TSE
tornasse válido um lote de quase 100 mil assinaturas que haviam sido rejeitadas
pelos cartórios eleitorais de forma injustificada, segundo o partido. A
relatora, Laurita Vaz, negou esse pedido sob o argumento de que é “inconcebível
com o ordenamento jurídico a validação [das assinaturas] por mera presunção”.
A decisão representa um duro golpe nas pretensões de Marina Silva de
disputar pela segunda vez o Palácio do Planalto --há exatos três anos ela saía
das urnas como a terceira maior força política nacional, tendo obtido na
ocasião 19,6 milhões de votos para a Presidência da República. Caso mantenha a
intenção de se manter na disputa, Marina terá que se filiar entre hoje e sábado
a uma outra legenda --o nanico PEN (Partido Ecológico Nacional) e o PPS são
cogitados--, hipótese que ela sempre se negou a comentar e que destoa de suas
frequentes declarações de que a criação da Rede Sustentabilidade representava
um amplo “projeto de país”, não um mero empreendimento eleitoral.
A ex-senadora compareceu à sessão do TSE acompanhada de vários políticos
e aliados que participaram da tentativa de montagem da Rede. Na entrada, ela
manifestava que estava bastante esperançosa na aprovação de seu partido. As
assinaturas de apoio à agremiação começaram a ser recolhidas em fevereiro, mas
a Rede afirma ter encontrado uma série de dificuldades nos cartórios
eleitorais, que são responsáveis por checar se os dados recolhidos conferem com
aqueles que constam do banco de dados eleitoral.
A Rede diz ter recolhido mais de 900 mil apoios e, após triagem interna,
encaminhou mais de 600 mil aos cartórios --mas só 442,4 mil foram validados. De
acordo com a última pesquisa do Datafolha, Marina tinha 26% das intenções de
voto à presidência, melhor pontuação de candidato de oposição a Dilma, que
somava 35%.
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