Seca histórica destrói economia rural nordestina
Especialista reconhece os programas assistencialistas do Governo como alternativas para a região
A rede de proteção social que inclui programas de transferência de renda
dos governos federal e estaduais tornou menos dramáticos osimpactos da seca no
cotidiano da população do Nordeste, mas ainda é incapaz de impedir que a
economia local entre em verdadeiro colapso durante períodos de longa estiagem.
A avaliação é de pesquisadores e autoridades ouvidas pela reportagem, que
identificou em Pernambuco, Bahia e Alagoas uma realidade atenuada, porém, ainda
bastante difícil para o sertanejo que enfrenta a maior seca das últimas décadas
na região.
Dilma anunciou pacote de R$ 9 bilhões para medidas emergenciais de
enfrentamento da seca no Nordeste na última terça (2). Foto: Waleska Santiago
Na terça-feira passada (2) , em visita a Fortaleza, a presidente Dilma
Rousseff afirmou que, graças às ações de seu governo e do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, "a face da miséria nessa região não foi acentuada
tão perversamente pela estiagem".
Para o professor João Policarpo Lima, do Departamento de Economia da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE), a aposentadoria rural e projetos como o Bolsa
Família e o Bolsa Estiagem dão às famílias do campo, de fato, uma alternativa à
produção agrícola quando as condições climáticas ficam desfavoráveis. Mas a
quebra de safras e a morte de rebanhos provocam efeitos duradouros na economia
local.
A estimativa é que a estiagem provocou em Pernambuco, possível
presidenciável em 2014, a redução de 710 mil cabeças de rebanho bovino - sendo
que 150 mil morreram e o restante foi abatido precocemente. A bacia leiteira
estadual sofreu queda de 72% na sua produção.
Na passagem por Fortaleza, Dilma anunciou pacote de R$ 9 bilhões para
medidas emergenciais de enfrentamento da seca no Nordeste. Porém, prefeitos de
municípios do semiárido baiano e produtores agrícolas do Estado lamentaram o
que chamaram de "superficialidade" das ações anunciadas pela
presidente durante reunião da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene). Os administradores das cidades afetadas pela estiagem, liderados pela
União dos Municípios da Bahia (UPB), resolveram criar um "Movimento dos
Sem-Água" e prometem marchar até Brasília para cobrar "medidas
objetivas e duradouras" para enfrentar a crise.
Fonte: As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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