8 de março de 2016

Chuvas no Ceará em fevereiro ficam 51,1% abaixo da média histórica

Em 11 municípios, volume de chuvas ficou acima da média histórica. Sete municípios cearenses correm risco de desabastecimento.
No mês de fevereiro, as chuvas ocorridas no Ceará representaram a metade do volume esperado para o período, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). A média histórica para fevereiro é de 118.6 milímetros e a chuva ocorrida no mês passado foi de 58 milímetros, o que representa uma queda de 51,1% no volume.

No mês de janeiro, o volume de chuva registrado no Ceará foi o dobro da média histórica, o melhor janeiro dos últimos 11 anos. Segundo a Funceme, a média histórica para o mês é de 98,7 milímetros; em 2016, as precipitações em janeiro em todo o estado somaram 206,5 milímetros.

Apesar do pouco volume de chuva no Estado em 2016, em 11 dos 184 municípios cearenses, o volume de precipitações acumuladas no mês ficaram acima da média histórica. Em Russas, por exemplo, choveu 174.6 milímetros no acumulado do mês, o que representa um volume 67,5% superior à média do período, de 104.2 milímetros. No acumulado do mês, o maior volume de chuva foi registrado no município de Meruoca, na Região Norte do Ceara: 243.0 milímetros, 6,7% acima da média de 227.8 milímetros.

Açudes 

Atualmente, a média geral de volume de água nos 153 reservatórios monitorados pela Companhia e que abastecem o Ceará, se mantém em 12,5%. O açude Castanhão, maior reservatório do Ceará, sofre as consequências da estiagem prolongada.

Localizado no município de Jaguaribara, a 260 quilômetros de Fortaleza, o reservatório tem capacidade para armazenar 7,5 bilhões de metros cúbicos de água, mas atualmente acumula apenas 663,45 milhões, que representa apenas 9,9% da sua capacidade de armazenamento, o pior índice desde que foi inaugurado há 12 anos, de acordo com informações da Cogerh.

Previsão 

O prognóstico da Funceme para março, abril e maio indica 70% de probabilidade de o Ceará ter chuvas abaixo da média. As chances de haver precipitações em torno da média é de 25% e, na categoria acima da média, 5%. O principal fator que influencia essa perspectiva é a atuação do El Niño, que traz impactos negativos no regime de chuvas do Estado principalmente nos meses de abril e maio.

Além do El Niño intenso no Oceano Pacífico, as condições do Oceano Atlântico mostram-­se neutras às chuvas no Ceará, com aquecimento na parte norte e sul da bacia. Com esse quadro, estes municípios do Ceará correm sério risco de ter problemas no abastecimento de água este ano, segundo a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh): Pereiro, Ipaumirim, Pedra Branca, Pacoti, Uruoca, Deputado Irapuan Pinheiro e Iracema.

“O somatório desses dados dos oceanos e de outras variáveis é que resultam na previsão gerada pelo conjunto de modelos atmosféricos. Infelizmente não há um quadro favorável para chuvas numa intensidade capaz de reverter os impactos que estiagem traz ao Estado desde 2012”, explica o presidente da Funceme, Eduardo Martins.

Do G1 CE

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