CID GOMES TRANSFORMA PARTE DE VIAGEM OFICIAL EM PASSEIO E EXPLICA: ‘EU SOU DE CARNE E OSSO’
Uma coisa os protestos de rua
ensinaram: o alvos dos protestos de rua nunca aprendem. No auge das
manifestações de junho, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), decolou para uma viagem de 14
dias. Voaria até a Coreia do Sul, onde faria contatos comerciais. Segundo a assessoria,
ele faria uma escala na Europa, para descansar. No final, o que era acessório
tornou-se principal. Cid não foi à Ásia. Preferiu permanecer apenas na Europa.
Sabe-se que o governador passou pela Itália. Depois, teria
embarcado com amigos num cruzeiro pelo Mediterrâneo. Durante a ausência de Cid
Gomes, o deputado estadual Heitor Ferrer (PDT) lançou no Facebook uma campanha:
“Cadê o governador?”.
Nesta sexta (12), plugado no
Twitter, o viajante ilustre foi questionado sobre o tema. Eadmitiu: “Parte da minha agenda foi de eventos oficiais e que estão
publicados no Diário Oficial. Outra parte foi particular, sem pagamento.”
Perguntaram-lhe se o passeio orna com o momento político. Cid invocou condição humana: “Eu sou de carne e osso e fisicamente preciso, vez por outra,
de um descanso.”
Uma internauta recordou a Cid
que Dilma cancelou uma viagem ao exterior por causa dos protestos. E insistiu:
o momento era propício para sua saída do Estado? O governador foi sucinto: “Faça o seu juízo.” O deputado Ferrer já fez o seu juízo.
Enxergou nas manifestações de Cid no microblog uma confissão de improbidade. Planeja representar
contra ele no Ministério Público.
A assessoria do governador diz que sua passagem pela Itália
incluiu compromissos de trabalho. Quais? Visitou fábricas de trens que
fornecerão vagões e equipamentos para o metrô de Fortaleza. E esteve numa
fábrica de elevadores. O deputado Ferrer dá de ombros: “A viagem foi mais a
passeio do que para agenda do Estado.”
“O que é público tem que ser transparente”, acrescenta Ferrer.
“Teria sido simples comunicar o descanso à Assembleia Legislativa e ter viajado
à sua expensa. Há enriquecimento ilícito…”
Por mal dos pecados, o vice-governador cearense, Domingos Filho
(PMDB), também viajou para o estrangeiro enquanto o asfalto fervia no Brasil.
Foi à Arábia Saudita e Israel. Parte trabalho, parte particular, dizem os
assessores do vice. Na ausência de Cid Gomes e do seu segundo, assumiu o
governo o presidente da Assembleia, José Albuquerque (PSB). Reparando bem, os
gestores do Ceará não deixaram apenas o país. Ao decolar, tiraram os pés da
realidade.
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