Luizianne pode ser "enquadrada" após novo voto contra Dilma Rousseff
Segundo O POVO apurou, cobrança a
deputados infiéis nas votações do Congresso será uma das pautas da reunião da
bancada do partido com o ex-presidente Lula. Luizianne já contrariou
orientações do PT duas vezes
Após votar duas vezes
contra orientação do PT na Câmara dos Deputados, a deputada Luizianne Lins (PT)
pode ser “enquadrada” pelo partido na próxima segunda-feira. Segundo O POVO apurou, cobrança aos infiéis será uma das pautas
de reunião entre a bancada da sigla e o ex-presidente Lula (PT). Com histórico
de rebeldia partidária, a petista tem negado possuir interesse em deixar a
legenda.
De acordo com membro da
cúpula petista no Congresso, o encontro acontece na noite de segunda e será
primeiro “puxão de orelha” em parlamentares do partido pelos últimos casos de
infidelidade.
Na última quarta-feira, 24,
Luizianne foi uma dos dois únicos deputados do PT - de uma bancada de 63 - a
votar a favor de emenda que estendeu para aposentados a política de reajustes
anuais do salário mínimo. Pouco mais de um mês antes, a petista já havia
contrariado o partido ao participar de grupo de nove petistas que se abstiveram
de votar na MP do ajuste fiscal.
A “rebeldia” tem provocado
incômodo entre colegas de partido. “Ser governo tem ônus e bônus. Não pode ser
governo só quando quer espaço, e aí não ser quando a votação traz algum
desgaste. E isso vale para todos”, avalia o deputado José Guimarães,
vice-presidente do PT nacional.
Já o presidente do partido
no Ceará, Diassis Diniz (PT), afirma que a legenda precisa se reunir para
“fechar” melhor votações, para que haja maior “grau de compromisso”. “O que a
gente percebe é a busca de tentar construir uma imagem fora do partido, uma
imagem que não dialoga com o programa da legenda. É uma figura midiática
falando mais alto que o coletivo do partido”.
Procurado pela reportagem,
Odorico Monteiro (PT) preferiu não opinar sobre o caso. Já Luizianne Lins foi
procurada, mas não se manifestou. Em sua abstenção na MP do reajuste, ela
justificou ação como “decisão política”.
Mudança de partido
Apesar do
incômodo nas votações da petista, Guimarães e Diassis rejeitam sanções à
deputada ou possível saída sua do PT. Segundo Guimarães, que nega que o assunto
deva pautar reuniões do partido, a legenda deve “procurar sempre diálogo”.
“Temos que fechar um pacto entre as correntes do partido. Elas precisam
entender que a ação do governo nem sempre é ideal, mas às vezes é necessária
para a retomada”.
Desde a eleição de Roberto
Cláudio (Pros) em 2012, tese de candidatura própria do PT em 2016 tem sido
defendida apenas por grupo de Luizianne no partido. A situação é complicada
para a ex-gestora, que pode ser “obrigada” a apoiar RC em uma possível aliança
Pros e PT - que conta com simpatia do governador Camilo Santana (PT).
“Se o PT de Fortaleza
apoiar a reeleição do Roberto Cláudio, pode mandar enterrar no dia seguinte”,
disse Luizianne. Apesar disso, a petista tem dito que não considera mudar de
sigla, exceto se houver “algo muito grave”.
Saiba mais
Não é a primeira vez que a
trajetória política de Luizianne entra em “rota de colisão” com o PT nacional.
Em 2004, quando se lançou
prefeita pela 1ª vez, a direção do partido em Brasília preferiu apoiar Inácio
Arruda (PCdoB). Mesmo isolada, Luizianne se elegeu.
2006: mesmo “natural”,
apoio de Luizianne a Lula era visto como incerto no PT até a definição final de
chapas.
Fonte: O POVO
0 Comentários:
Postar um comentário
Deixe seu comentário!
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial