Não haverá empréstimo para o Acquario, segundo Eunicio Oliveira
A obra depende de
verba de US$ 105 milhões para ser concluída. De acordo com o parlamentar
cearense, o governo não pode aprovar financiamento internacional de obras em
andamento, somente de projetos
O senador Eunício Oliveira
(PMDB), candidato derrotado nas últimas eleições ao governo do Estado, afirma
que o empréstimo para concluir o Acquario Ceará nem sequer chegará ao Senado
Federal. A obra, que começou ainda no governo Cid Gomes (Pros), depende de,
pelo menos, US$ 105 milhões do banco americano Eximbank para ser finalizada.
“Esse empréstimo não
acontecerá. Nem há pedido no Senado ou no Ministério da Fazenda”, afirma
Eunício. Segundo o peemedebista, o governo não pode aprovar financiamento de
obras em andamento, somente de projetos. O aquário começou a ser levantado em
2012.
De acordo com o governo do
Estado, um impasse entre o banco estrangeiro e as regras brasileiras tem
atrasado o envio do pedido de concessão financeira ao Senado. A obra foi orçada
em US$ 150 milhões. Até o momento, todos os pagamentos feitos saíram do Tesouro
Estadual. Se não for aprovado até novembro deste ano, o empréstimo será
cancelado. Procurada pelo O POVO, a secretaria de Turismo (Setur) não quis
comentar as declarações do senador.
Todos os empréstimos
estrangeiros passam pelo Senado. O Legislativo deve aprovar as propostas para
que se tornem legais no País. No entanto, Eunício Oliveira, senador desde 2011,
diz que pensava que o empréstimo já estivesse garantido. Durante a campanha do
ano passado, ele chegou a prometer que daria continuidade ao Acquario.
“Aprovamos tantos financiamentos em dólar para o Ceará que eu nem sabia desse.
Não fui gestor do Estado, então não tinha obrigação de saber”, justifica.
Confira mais detalhes da entrevista do senador ao O POVO.
O POVO - O senhor procurou a presidente Dilma Rousseff
(PT) para discutir a situação da Saúde no Estado?
Eunício Oliveira - Minha intenção era saber porque
os repasses, que o Estado disse que estavam em atraso, não haviam sido
recebidos. Fui surpreendido ao saber, do ministro Arthur Chioro (Saúde), que
tudo já estava pago e que a verba foi ainda maior que no ano passado.
OP - Como avalia a chegada do
vice-presidente Michel Temer (PMDB) à articulação do governo?
Eunício - Talvez não tenha sido tão bom para o Michel como
foi para a Dilma colocá-lo como coordenador político.
OP - Quanto à presidência do Senado nas mãos de Renan
Calheiros (PMDB)?
Eunício - Sou suspeito de fazer essa
avaliação porque ele é filiado ao meu partido e eu sou candidato à sucessão.
Fazer julgamento agora não é uma coisa saudável. Mas há momentos em que
discordamos. Cada um faz a seu estilo.
OPOVO - Qual seria o estilo do senhor na
na presidência do Senado?
Eunício - Eu não vou criar confronto entre os poderes. Vou
valorizar os interesses do Congresso Nacional. A Constituição que deve haver
independência e harmonia entre os poderes.
OP - Qual o prognóstico do PMDB para as eleições de
2016 na Capital?
Eunício - Eu espero que a gente unifique o
mesmo grupo político, de 2014, se possível ampliando-o, para a disputa das
eleições em Fortaleza. Não há como ter candidatura própria da coligação.
OP - A coligação de 2014 inclui o
PSDB. No entanto, o senhor já se tinha se mostrado simpático à candidatura de
Luizianne Lins (PT) em 2016. Como ficaria o arranjo político?
Eunício - A ex-prefeita de Fortaleza tem méritos de
probidade e decência na política. Mas ela não pertence a meu partido. Ela
pertence ao Partido dos Trabalhadores e nós não vamos apoiar candidato do PT.
Não há essa proposta.
OP - O partido já pensou em nomes para Fortaleza?
Quais?
Eunício - É cedo para dizer. Esperamos que
haja um entendimento nesse arco político das últimas eleições para sair um
candidato de dentro da aliança. Mas se não sair, o PMDB vai ter candidatura
própria. Não poderia ser diferente.
OP - O Capitão Wagner (PR) tem sido
cotado para a Prefeitura de Fortaleza. Como vê esse nome?
Eunício - Ele é um nome importante dentro da aliança. Mas
não sou eu quem decide. É algo que se resolve em grupo. Pode ser ele ou o Vitor
Valim (PMDB) ou até outro que venha a se filiar nesses partidos.
OP - Como responde às acusações de Anibal Gomes (PMDB)
de que o senhor estaria perseguindo-o dentro do partido?
Eunício - Perseguindo como? Se ele traiu o
partido, ele é o perseguido? Eu preferia nem me manifestar sobre isso. Essa é
uma discussão a ser resolvida no Conselho de Ética. Mas todos sabem que, nas
últimas eleições, eu perdi para o concorrente por menos de 60 mil votos no
primeiro turno. Ele tirou 180 mil votos e não votou no candidato do partido.
OP - A saída da prefeita de Tauá,
Patrícia Aguiar (PSD), prejudica o PMDB no Ceará?
Eunício - Não. Ela é uma pessoa equilibrada e eu mesmo
assinei a carta de permissão para que ela não perdesse o mandato. Compreendi
que com filho e marido em outra legenda, ela não teria condições de votar
comigo.
OP - O governador Camilo Santana quer conseguir mais
recursos para o Estado. Como o senhor pode ajudar nisso?
Eunício - Ele vai conseguir um aumento de
recursos, feito por mim, em relação à partilha do comércio eletrônico. O Ceará
vai começar recebendo R$ 160 milhões por ano e, no quarto ano, vai estar
recebendo mais de R$500 milhões sem o aumento da carga tributária.
Fonte: O POVO Online
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