PT tem de reconhecer que precisa do PMDB, diz Eunício
Após sucessivos
desgastes com seu principal sócio, a presidente Dilma Rousseff tentará,
pessoalmente, fazer as pazes com o PMDB em jantar com a cúpula do partido na
residência oficial da Presidência da República
A presidente Dilma Rousseff (PT) tentará,
pessoalmente, reconstruir, hoje, as pontes de diálogo com o PMDB. As conversas
deverão ser longas e francas. Pelo menos segundo o líder peemedebista no
Senado, Eunício Oliveira (CE), para quem o PT tem de “entender que precisa do
PMDB para governar o Brasil”.
Foram convidados para o jantar, no Palácio da Alvorada, o presidente
nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, os presidentes
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os seis
ministros peemedebistas e os líderes do partido no Congresso, Eunício Oliveira,
no Senado, e Leonardo Picciane, na Câmara.
O encontro é o desfecho de
uma série de esforços nos últimos dias que contou, inclusive, com reunião entre
o ex-presidente Lula e a cúpula do PMDB. A expectativa é de que Dilma sinalize
aos peemedebistas que pretende incluir a sigla nas principais decisões
políticas da gestão.
Entre os motivos alegados
pelo líder no Senado para a crise, estão a falta de interlocução com a
presidente, a ausência do PMDB na cúpula do governo, a indicação de nomes como Gilberto Kassab (PSD) e Cid Gomes (Pros) para os
ministérios das Cidades e da Educação e a tentativa desses ministros de
articular novos partidos junto ao Governo para mitigar a influência do PMDB.
Reaproximação
A disputa
entre PT e PMDB pela presidência da Câmara e do Senado deteriorou a relação.
Temer teria dito, em uma conversa telefônica com Dilma, que a sigla está no
"limite da governabilidade", sinalizando possível rompimento. O apoio
do PMDB ao Governo, no entanto, é visto como fundamental para sustentação
política.
Para Eunício, o Governo não
respeita o PMDB e não os tem como aliado. Os sinais de reaproximação de Dilma
com a sigla de seu vice-presidente ainda não influenciaram muito na relação,
diz o senador. Porém, após reunião com ministros, Michel Temer sinalizou que o
diálogo foi “um primeiro passo” para o partido apoiar os ajustes.
“Foi dito para Lula: não
tenho condições de manter o veto dela (Dilma) para corrigir a tabela (do
Imposto de Renda). Votarei pela queda do veto se não tiver uma saída”, afirmou
Eunício. Para o senador, se o PMDB fizesse parte “para valer” do grupo de
coalisão de Dilma, as medidas teriam impacto diferente no Congresso.
A mudança na relação,
segundo Eunício, só acontecerá “se o PT entender que o PMDB é um partido da
coalisão, não de ‘empreguinhos’ e ‘carguinhos’”. “Para aprovar (as medidas
provisórias), queremos saber qual a contrapartida, não para nós, mas para o
povo brasileiro. Chega de mentir para a população”, disse o líder.
Fonte:
O POVO Online
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