Uma indicação que muda a política no Ceará.
A nomeação de Cid Gomes
(Pros) para ministro da Educação representa um cavalo de pau no rumo que se encaminhava
para a política cearense. Pelas intenções declaradas até então, o ainda
governador pretendia passar temporada nos Estados Unidos. Assim, homem que
comandou a política cearense nos últimos oito anos projetava que iria se
afastar temporariamente da cena local. Porém, os fatos tomaram outro rumo e, ao
invés do distanciamento, ele passa a ser o principal detentor de cargo federal
em Brasília. Esse fator mexe com a correlação de forças na política cearense,
com a capacidade das personagens locais de interferir na esfera nacional e com
a projeção para o futuro do grupo que comanda o Estado.
Ao assumir um ministério de
primeiríssima linha – muito mais relevante que a Integração Nacional que seu
irmão Ciro Gomes comandou nos primeiros anos da era Lula – Cid reposiciona o
peso da família no cenário nacional. Desde o naufrágio da pretensão de Ciro de
concorrer à Presidência em 2010, o grupo assistira à atrofia de qualquer
ambição maior para além das divisas do Ceará. Com o governador cearense na
Esplanada, a coisa muda bastante de figura. Claro que vai depender do que
conseguir realizar em sua área específica e do desempenho geral do governo
Dilma Rousseff (PT). Mas a família Ferreira Gomes retoma terreno nacional. E
não mais com Ciro como protagonista. O Peso do Ministério A opção por Cid Gomes
decorre da relação pessoal do governador cearense com a presidente reeleita. Do
ponto de vista da relevância do partido em que hoje está, a indicação é
absolutamente desproporcional. Caso se desconsiderasse esse fator pessoal, a
escolha seria inusitada por completo. A educação é setor, por óbvio,
absolutamente estratégico de qualquer governo. Tradicionalmente, integra a
chamada “cota pessoal” do gestor, que não é delegada a aliados. Nos últimos 20
anos, esta é a primeira vez em que o ministro não é alguém do partido que ocupa
a Presidência. Cid é o primeiro a não figurar entre os próceres petistas nem
integrar a estrutura do ministério. É um ponto fora da curva. .

(Fonte: Coluna do Érico
Firmo)
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