ELEIÇÕES - MP ESTÁ ELABORANDO LISTA DE FICHAS SUJAS DO CEARÁ.
O Ministério Público
Eleitoral está fazendo o levantamento dos perfis que devem ser barrados no
pleito de 2014
Procurador eleitoral, Rômulo Conrado diz que é inviável
monitorar todas as fichas sujas do CE FOTO: ANTONIO VICELMO
A seis meses para o fim do prazo de registro de candidaturas
para as eleições de 2014, o Ministério Público Eleitoral (MPE) já está
elaborando uma lista com nomes de políticos cearenses que são potenciais
candidatos fichas sujas e não poderão disputar o pleito. O procurador regional
eleitoral no Ceará, Rômulo Conrado, explica que a listagem deve ajudar o
trabalho do MP na aplicação da Lei da Ficha Limpa, que valerá, pela primeira
vez, para eleição de deputados estaduais e federais, de governador e de presidente
da República.
O procurador eleitoral esclarece que a lista vem sendo
elaborada há algum tempo, por meio de acompanhamento do MP Eleitoral com base
em dados dos tribunais de contas, da Justiça e da lista dos candidatos que já
tiveram candidaturas impugnadas nas eleições de 2012. "Fazemos todo
levantamento sobre aqueles que possuem mandatos eletivos e que já foram
condenados, mas que ainda cabem recursos, dos que já transitaram em julgado.
(…) Quando chegar na época das eleições, já vai ter um trabalho fechado",
comenta.
Indagado sobre números e nomes de políticos que estão na
lista, Rômulo Conrado prefere não divulgar por julgar ser
"precipitado". Segundo ele, a listagem atual ainda é
"provisória", pois muitos candidatos poderão reverter as condenações
por meio de liminares até a data de registro das candidaturas. "Tem uma
grande variação, porque o candidato é condenado hoje, mas, na época da eleição,
poder conseguir uma liminar", justifica. Ele afirma que só em março a
listagem estará fechada.
Desaprovadas
O procurador explica que a elaboração da lista exige um
trabalho de diligência do Ministério Público Eleitoral, pelos tribunais de
Justiça, para obter dados que permitam saber quais candidatos foram condenados
por colegiados e considerados fichas sujas. Isso porque, segundo afirma,
diferentemente dos tribunais de contas, que divulgam listas daqueles que
tiveram contas desaprovadas, na Justiça comum não há essa divulgação. "Se
tiver sido condenado por órgão colegiado, mesmo que ainda caiba recurso, já
entra na Ficha Limpa", ressalta.
Quando o político pede o registro de sua candidatura, o
Ministério Público tem cinco dias para pedir a impugnação. No caso do Ceará,
apenas Rômulo Conrado ficará responsável por impugnar (contestar a validade)
das candidaturas. Indagado se não é pouco tempo para uma única pessoa
questionar tantas candidaturas, o procurador minimiza. "Basta fazer a
pesquisa e já sabe quem são, até porque a própria imprensa ajuda com a
divulgação das condenações", diz.
Ele reconhece que não há como acompanhar todos os casos e
pondera que o principal problema no processo de impugnação são as liminares
concedidas pelos tribunais de contas e pela Justiça, que, na última hora,
revertem as condenações, como ocorreu nas eleições de 2012.
"A gente espera que não sejam abertas brechas na lei
que, na prática, façam com que os efeitos se minimizem", afirma. A Lei da
Ficha Limpa foi sancionada em 2010, por meio de projeto de iniciativa popular.
A legislação torna inelegíveis pessoas condenadas em órgão colegiado ou sem
mais direito a recursos.
Conforme publicou o Diário do Nordeste em outubro, pelo
menos dois deputados estaduais não poderão lançar candidaturas por serem fichas
sujas: Neto Nunes e Carlomano Marques. O primeiro foi condenado em outubro,
pela Justiça Federal, por não executar obra paga com recursos da Fundação
Nacional de Saúde, quando era prefeito de Icó. Já Marques teve o mandato
cassado pelo TRE, em 2012, por suposta compra de votos nas eleições de 2010 e
permanece no cargo por meio de liminar.
Fonte: Diário
do Nordeste
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