NÃO HÁ JUDICIÁRIO MAIS CONFUSO QUE O NOSSO, DIZ JOAQUIM BARBOSA
O sistema legal precisa desesperadamente de simplicidade, eficiência e eficácia,
declarou
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim
Barbosa, afirmou a empresários, durante palestra em São Paulo, que não existe
sistema judiciário mais confuso que o brasileiro e que a Justiça precisa ser
mais “célere” e “eficiente”. “Não há sistema judiciário mais confuso que o
nosso. O sistema legal brasileiro precisa desesperadamente de simplicidade,
eficiência e eficácia”, declarou.
De acordo com o ministro, relator do processo do mensalão, a
solução para superar os obstáculos que levam à morosidade da Justiça “é de
responsabilidade conjunta dos três poderes da República”. O presidente da Corte
afirma que é preciso investir em “transparência” e “fiscalização republicana”
para recuperar a confiança da população na Justiça. Segundo ele, há uma
“banalização da competência” do STF e do Superior Tribunal de Justiça. “Há
desconfiança da parte do cidadão” em relação à Justiça do Brasil, disse
Barbosa.
Para o ministro, um dos principais problemas do sistema legal é o
“congestionamento dos tribunais em razão da quantidade de demandas em
tramitação, que vem desde a década de 70”. A “solução fácil”, diz o ministro,
para esse entrave é aumentar os gastos públicos com a criação de novos
tribunais. “Mais prédios, mais funcionários... o aumento da máquina judiciária
não é nem nunca foi solução para a produtividade.”
O ministro propõe dar prioridade à primeira instância, “aparelhar e
fortalecer instâncias que signifiquem soluções mais simples e duradouras, como
os juizados especiais, e reduzir o número excessivo de recursos que atualmente
permitem que se passe mais de uma década sem a solução definitiva para um
litígio”.
Sobre economia, criticou a “guerra fiscal”. “Enquanto persistirmos nesse
sistema político bloqueado e esfacelado existirá a guerra fiscal.” Barbosa foi
questionado sobre mecanismos de combate à corrupção dentro do Judiciário e,
como resposta, criticou o sistema de escolha de magistrados para as cortes
superior
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