O QUE É ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras
a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a
jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em
relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas
negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes
dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com
o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.
Caracteriza-se pela
degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem
atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados,
constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e
emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do
grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada,
inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo
do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo
constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e,
freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente
de trabalho, instaurando o ’pacto da tolerância e do silêncio’ no coletivo,
enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando,
’perdendo’ sua auto-estima.
Em resumo: um ato
isolado de humilhação não é assédio moral. Este, pressupõe:
1.repetição
sistemática
2.intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego)
direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório)
3.temporalidade (durante a jornada, por dias e meses)
4. degradação deliberada das condições de trabalho
2.intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego)
direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório)
3.temporalidade (durante a jornada, por dias e meses)
4. degradação deliberada das condições de trabalho
Entretanto, quer
seja um ato ou a repetição deste ato, devemos combater firmemente por
constituir uma violência psicológica, causando danos à saúde física e mental,
não somente daquele que é excluído, mas de todo o coletivo que testemunha esses
atos.
O desabrochar do
individualismo reafirma o perfil do ’novo’ trabalhador: ’autônomo, flexível’,
capaz, competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas
habilidades o qualificam para a demanda do mercado que procura a excelência e
saúde perfeita. Estar ’apto’ significa responsabilizar os trabalhadores pela
formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da pobreza
urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos trabalhadores um
sofrimento perverso.
A humilhação
repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora
de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e
sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental*, que podem evoluir
para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um
risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.
Fonte:
Camocim Informados
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