22 de abril de 2013

COMO A LICITAÇÃO SE TORNA O INÍCIO DO DESVIO



Era para ser um mecanismo de controle, mas a licitação, instituída pela lei 8.666 de 1993 para garantir os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, acaba se tornando o veículo por meio do qual o dinheiro público é usado de modo errado. Casos recentes no Ceará - inclusive com gestores afastados - foram disparados depois que se identificaram burlas ao processo licitatório.
Rios, a lei contribui de alguma forma para o cenário. Um dos erros é creditar ao setor privado a presunção de idoneidade. Nem sempre a corrupção parte diretamente do gestor. As próprias Para o presidente da Associação Cearense do Ministério Público (ACMP), Plácido empresas às vezes se organizam para realizar as fraudes, dividindo certames ou acertando previamente os preços. “Não há lei indevassável à corrupção”.
O que geralmente acontece é que membros da comissão de licitação (ou o próprio prefeito) estão comprometidos com o esquema, e a licitação finda sendo direcionada para favorecimento de correligionários políticos, que são donos de empresas. Esse crime acontece independentemente da realização das despesas e, portanto, consegue ser identificado a qualquer tempo - no início ou no final das gestões.
“São fraudes de toda ordem. O crime organizado já compreendeu que é muito mais fácil desvir recursos públicos utilizando um bloco de notas fiscais e de recibo do que cometer um crime a mão armada”, afirma o promotor da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), Luiz Alcântara.
É a partir da fraude na licitação que o dinheiro, em seguida, poderá ser compartilhado entre os vários integrantes da quadrilha. A prefeitura pode, por exemplo, referendar a vitória de uma empresa, às vezes sem sede ou funcionários, de maneira que o lucro do empresário seja o máximo possível.
“É muito da mentalidade do pessoal da comissão de licitação, dos gestores e, inclusive, dos empresários. A licitação passa a ser um entrave burocrático, quase uma formalidade. É a cultura do que faço o que eu quero, as leis não se aplicam aqui”, critica o promotor federal Rafael Ribeiro Rayol.

Continue lendo a matéria  na fonte, na página do  Jornal O Povo.


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