Recorde: R$ 5 bilhões foram gastos na campanha eleitoral deste ano
A conclusão do levantamento
da Folha com base nas prestações finais de contas fornecidas pelas campanhas
eleitorais ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é de que a campanha eleitoral
deste ano foi a mais cara da história da democracia brasileira, tendo um custo
total de quase R$ 5 bilhões, dos quais 60% foram gastos por apenas três
partidos. PT, PSDB e PMDB somaram despesas de R$ 2,9 bilhões, que se
concentraram em publicidade, produção de materiais impressos, programas do
horário eleitoral, despesas com pagamento de pessoal e custos de
transporte.
A disputa eleitoral ao
cargo de deputado estadual, da qual participaram 17 mil candidatos, foi a que
teve a maior quantia de gastos (1,2 bilhão). Em segundo lugar ficou a disputa
para o cargo de Governador (R$ 1,1 bilhão) e em terceiro para o de Deputado
Federal (R$ 1 bilhão). As grandes empresas foram as maiores financiadoras da disputa
eleitoral deste ano.
As dez maiores doadoras
financiaram um quinto do total de gastos feitos nas eleições. A JBS, dona do
frigorífico Friboi, empresa que despontou no governo do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva como a maior indústria de carnes do mundo investiu R$ 391
milhões na campanha eleitoral deste ano. Na sequência, teve destaque o grupo
Odebrecht, que controla uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava
Jato, com R$ 111 milhões, e o Bradesco, que doou R$ 100 milhões aos partidos.
O envolvimento de grandes
corporações no financiamento de campanhas eleitorais é um dos temas que o atual
governo pretende incluir no debate sobre reforma política que promete abrir no
próximo ano.
O STF (Supremo Tribunal
Federal) julga desde o final do ano passado pedido da OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) para que seja declarado inconstitucional o financiamento por
empresas. Seis ministros do STF já se manifestaram favoráveis ao veto das
contribuições, entre eles o atual presidente do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), José Dias Toffoli. A votação já foi interrompida por dois pedidos
de vista: um do ministro Teori Zavascki, único que votou contra a proibição, e
outro do ministro Gilmar Mendes, que já sinalizou posição também contrária, mas
que ainda não declarou o seu voto.
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