ESTADO CONDENADO A PAGAR R$ 15 MIL PARA HOMEM AGREDIDO POR POLICIAIS
Segundo os autos, o fato
ocorreu em 19 de janeiro de 2003, quando o comerciante estava numa barraca na
Praia do Futuro, em Fortaleza. Ao pedir a conta referente ao consumo, entendeu
que estava sendo cobrado o valor de R$ 15,00 a mais.
Ele discutiu com o
proprietário da barraca e, em seguida, deixou a quantia que achava ser justa e
se retirou. O dono do estabelecimento comunicou o caso a dois policiais, que se
encontravam nas imediações. Eles algemaram o cliente e o agrediram fisicamente
na frente de outros consumidores.
Levado para delegacia, o
consumidor foi obrigado a pagar os R$ 15,00. Depois, foi liberado e se dirigiu
ao Instituto Médico Legal (IML), onde realizou Exame de Corpo de Delito, o qual
constatou lesão corporal de natureza grave.
Inconformado com o
constrangimento e as agressões, ele ajuizou ação, em dezembro de 2003, com
pedido de reparação por danos morais e materiais. Na contestação, o Estado
disse que a culpa é exclusiva da vítima, que estava visivelmente embriagado e
resistiu à prisão. Em função disso, pediu a improcedência da ação.
Em julho de 2013, o Juízo
da 2ª Vara da Fazenda Pública do Fórum Clóvis Beviláqua constatou que o exame
de corpo de delito é suficiente para comprovar o fato, a ação ou omissão dos
policiais. Os danos materiais não foram comprovados. Em função disso, o ente
público foi condenado ao pagamento de reparação moral de R$ 30 mil.
Ao julgar o processo, nessa
quarta-feira (14), a 2ª Câmara Cível manteve a condenação, acompanhando o voto
do relator, desembargador Francisco de Assis Filgueira Mendes. “Não há como
mensurar o sofrimento tanto físico, pelo uso de instrumentos contundentes, como
psicológico pela humilhação e sentimento de injustiça e impotência diante da
agressão injustificada”.
O relator, no entanto,
observou que a indenização não pode ensejar um enriquecimento sem causa do
promovente. Em vista disso, com base nos precedentes da Corte de Justiça,
considerou razoável reduzir o valor da condenação pelos danos morais para R$ 15
mil.
Fonte: Ceará Agora
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