MAIORIA DO STF VOTA CONTRA DOAÇÃO DE EMPRESAS PRIVADAS A CAMPANHAS ELEITORAIS
A maioria dos ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta quarta, 2, a favor da proibição de
doações de empresas privadas para campanhas políticas. Por 6 votos a 1, os ministros
entenderam que as doações provocam desequilíbrio no processo eleitoral. Apesar
da maioria formada, o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do
ministro Gilmar Mendes. Não há prazo para o julgamento ser retomado.
O Supremo julgou a ação
direta de inconstitucionalidade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra
doações de empresas privadas a candidatos e a partidos políticos. A OAB
contesta os artigos da Lei dos Partidos Políticos e da Lei das Eleições que
autorizam as doações para campanhas políticas.
De acordo com a regra
atual, as empresas podem doar até 2% do faturamento bruto ob
tido no ano anterior ao da
eleição. Para pessoas físicas, a doação é limitada a 10% do rendimento bruto do
ano anterior.
Mesmo com o pedido de
vista, dois ministros pediram para adiantar seus votos. Marco Aurélio, que
também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), manifestou-se a favor
da proibição das doações de empresas privadas. Segundo o ministro, o processo
eleitoral deve ser justo e igualitário. “Não vivemos uma democracia autêntica,
mas um sistema politico, no qual o poder exercido pelo grupo mais rico implica
a exclusão dos menos favorecidos”, afirmou.
Marco Aurélio citou dados
do TSE que demonstram os gastos das campanhas eleitorais em eleições passadas.
De acordo com o ministro, em 2010, o custo de uma campanha para deputado
federal chegou a R$ 1,1 milhão. Para senadores, o gasto médio ficou em torno de
R$ 4,5 milhões. Na disputa para a Presidência da República, os candidatos
gastaram mais de R$ 300 milhões.
De acordo com o tribunal,
os maiores financiadores das campanhas são empresas que têm contratos com o
Poder Público, como empreiteiras. “O dados revelam o papel decisivo do poder
econômico para o resultado das eleições”, disse Marco Aurélio.
Na sessão desta quarta, o
ministro Ricardo Lewandowski também seguiu entendimento da maioria e votou pelo
fim das doações. Para ele, os repasses vultosos para campanhas políticas ferem
o equilíbrio das eleições.
A maioria dos ministros
seguiu o voto proferido pelo relator da ação, ministro Luiz Fux, em dezembro do
ano passado. Também acompanharam o entendimento de Fux os ministros Luís
Roberto Barroso, Dias Toffoli e Joaquim Barbosa. De acordo com o voto de Fux,
as únicas fontes legais de recursos dos partidos devem ser doações de pessoas
físicas e repasses do Fundo Partidário.
Fux também definiu que o
Congresso Nacional terá 24 meses para aprovar uma lei que crie normas uniformes
para as doações de pessoas físicas e para recursos próprios dos candidatos. Se,
em 18 meses, a nova lei não for aprovada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
poderá criar uma norma temporária.
Até o momento, apenas Teori
Zavascki votou contra a proibição de doações de empresas privadas para
campanhas políticas.
Fonte: Agência Brasil
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