5 de fevereiro de 2014

JOÃO PAULO CUNHA VAI PARA PRISÃO

O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) se apresentou ao Complexo Penitenciário da Papuda ontem para iniciar o cumprimento da pena imposta no processo do mensalão. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, assinou o mandado de prisão no início da tarde de ontem.
Um dos poucos condenados da ação penal 470 que permanecia em liberdade, o parlamentar petista passou a manhã em seu apartamento em Brasília. Mais cedo, o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o parlamentar, viajou de São Paulo para Brasília na expectativa da ordem de prisão.
Condenado a 9 anos e 4 meses por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva em regime fechado, João Paulo Cunha deverá cumprir inicialmente a pena de 6 anos e 4 meses no semiaberto, que dá direito a autorização para trabalho externo durante o dia, porque tem recurso pendente em relação à pena de lavagem, cuja punição é de três anos.
Antes de Barbosa sair de férias no começo de janeiro, ele decretou o fim do processo do mensalão para Cunha, mas não expediu o mandado de prisão. Barbosa reassumiu a presidência do tribunal nesta segunda e, ontem, expediu o mandado.
Os ministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, que assumiram a presidência do tribunal provisoriamente por conta da ausência de Joaquim Barbosa, não tomaram nenhuma decisão sobre o caso. Durante a viagem, Barbosa chegou a criticar os colegas de tribunal por não terem assinado a ordem de prisão do parlamentar, mas ninguém se envolveu na polêmica.
Na Europa, Barbosa também comentou uma entrevista dada por João Paulo Cunha, que criticou a atuação do presidente do Supremo. O magistrado afirmou que não ficaria "de conversinha com réu" e afirmou que, na opinião dele, a imprensa dá espaço indevidamente a condenados e que eles deveriam permanecer no "ostracismo".
Inocência
Após ter o seu mandado de prisão expedido, Cunha publicou nas redes sociais uma carta aberta em que se diz inocente e critica o julgamento do mensalão.
"(O julgamento) caracterizou-se pela exaustiva espetacu-larização de uma farsa chamada mensalão", escreveu o petista. "Assegurei e provei que não houve desvios de recursos públicos da Câmara dos Deputados".
O deputado, que ainda não disse se irá ou não renunciar ao mandato, afirmou não temer novo julgamento no Congresso. "Não temo enfrentar, se for necessário, um novo julgamento na Câmara. Deste caso, já fui absolvido pelo plenário da Casa e nas urnas, em duas eleições, em disputas (2006 e 2010) marcadas pelo uso deslavado e leviano do chamado mensalão contra o PT", explica.
O comando da Câmara vai se reunir na próxima quarta (12) para decidir o futuro político de Cunha. No encontro, a Mesa Diretora avaliará a abertura do processo de cassação do petista.
Fonte: Diário do Nordeste

0 Comentários:

Postar um comentário

Deixe seu comentário!

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial