BARBOSA AFIRMA QUE NÃO SAI CANDIDATO EM 2014
O presidente do Supremo
Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, afirmou que não disputará as eleições do ano
que vem, avaliou que o Brasil não estaria preparado para ser governado por um
negro e classificou o Itamaraty como "uma das instituições mais
discriminatórias do Brasil". Ele também fez críticas à imprensa.
Desde
o julgamento do processo do mensalão e a condenação de 25 dos 38 réus, o nome
do ministro começou a ser lembrado em pesquisas de opinião. "Sou muito
realista. Nunca pensei em me envolver em política", afirmou o ministro em
entrevista publicada neste domingo pelo jornal O Globo. O
presidente do STF não foi filiado a partidos políticos no passado e,
reservadamente, mantém críticas a legendas que considera de direita, como o
DEM, que contestou a política de cotas raciais. "Não tenho laços com
qualquer partido político." Barbosa se declarou "social-democrata à
europeia".
Como ministro do Supremo,
ele teria de deixar o tribunal no ano que vem caso decidisse concorrer às
eleições e renunciar à presidência da Corte quase sete meses antes de terminar
seu mandato. Barbosa acredita que o Brasil não está pronto para ter um
presidente negro. "Acho que ainda há bolsões de intolerância muito fortes
e não declarados no Brasil", disse.
Itamaraty
Barbosa afirmou ter sido
vítima de preconceito ao ser reprovado no concurso para diplomata. Foi
eliminado na fase de entrevistas. "O Itamaraty é uma das instituições mais
discriminatórias do Brasil", disse. E afirmou que "todos os
diplomatas" do País queriam estar hoje na sua posição, na presidência da
mais alta corte brasileira. O Itamaraty não comentou as declarações, mas disse
que a instituição mantém um programa de ação afirmativa.
O
ministro também criticou a imprensa. Sobre o fato de ter mandando um repórter
do jornal O Estado de São Paulo "chafurdar
no lixo" em março, Barbosa disse que o jornalista "se encontra num
conflito de interesses no tribunal". Em nota, O Estado de S.Paulo afirmou que "a manifestação atual
do presidente do STF parece mostrar que seu pedido de desculpas, à época do
episódio, foi no mínimo insincero".
Barbosa
também acusou o jornal Folha de S.Paulo de
violar sua privacidade e sugeriu motivação racial. O jornal respondeu que o
ministro ainda não está acostumado à exposição que o atual cargo de presidente
do STF lhe confere. Internamente, as declarações do ministro foram vistas como
uma estratégia de comunicação. Assessores defendiam a versão de que matérias
críticas a ele eram publicadas depois que pesquisas de opinião eram divulgadas
com o nome de Barbosa.
Mensalão
Com o retorno do
tribunal ao trabalho nesta semana, Barbosa afirmou que submeterá ao plenário o
calendário de sessões para julgar os recursos do mensalão. Pelos planos do
ministro, isso começaria em 14 de agosto. Assim que forem encerrados os
julgamentos dos embargos de declaração, Barbosa deve defender a prisão imediata
de parte dos condenados. Os réus que eventualmente tenham direito a novo
julgamento, se aceitos os embargos infringentes - recurso contra decisões não
unânimes -, seriam presos posteriormente, se mantidas as condenações. As
informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
0 Comentários:
Postar um comentário
Deixe seu comentário!
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial