AGRESSIVO E POLÊMICO, CIRO COLECIONA CONFUSÕES
Pouca
gente se surpreendeu quando, na última terça-feira (23), o ex-ministro Ciro
Gomes (PSB) veio a público classificar como “maconheiros e burgueses” o grupo
que protestava contra viadutos próximos ao Parque do Cocó, em Fortaleza. Na
última ação da “metralhadora giratória” do irmão do governador Cid Gomes (PSB),
sobrou ainda para o Ministério Público Federal e até para o governo da
presidente Dilma Rousseff (PT), acusada de manter aliança “assentada na base da
putaria”.
O “estilo
Ciro” se notabilizou por não poupar palavras ou alvos e já é velho conhecido de
quem acompanha a vida política estadual e nacional. A predileção pelo
confronto o acompanha desde os primeiros passos na política. Em 1988, quando
disputava a Prefeitura de Fortaleza, acusou de “picareta notório” e “ladrão” o
deputado Franzé Moraes (PTB), que o acusava de abuso de poder
econômico. Em 1992, como governador do Ceará, ganhou projeção nacional ao
ameaçar demitir professores e médicos em greve, acusar o Judiciário de tratar o
dinheiro público como “casa da mãe Joana” e classificar denúncia do procurador
da República Oscar Costa Filho contra sua gestão de “exibicionismo
doentio”. Se o estilo peculiar foi fundamental para projetá-lo a candidato
à Presidência pelo PPS em 1998 e 2002, o pouco cuidado com as palavras também
pesou contra o sonho presidencial.
Em 2002, amargou sucessivas quedas nas pesquisas
eleitorais após chamar ouvinte de “burro” durante programa de rádio. Depois,
desentendeu-se com a opinião feminina após polêmica envolvendo a participação
da então esposa, Patrícia Pillar, na campanha. “Minha companheira tem um dos
papéis mais importantes, que é dormir comigo”. Colecionadora de desafetos,
a estratégia de ataque também foi útil na busca por aliados. Durante o estopim
do escândalo do mensalão, em 2005, foram muitas as ocasiões em que o então
ministro da Integração Nacional Ciro Gomes entrou em ação para livrar o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do olho do furacão da
crise. Assim, os mesmos ataques que fragilizaram a gestão petista de
Luizianne Lins no ano passado serviram para levantar o partido em seu momento
mais crítico, no âmbito federal. Hoje, em meio ao impasse da candidatura de
Eduardo Campos (PSB) à sucessão de Dilma Rousseff em 2014, o “estilo Ciro”
também entrou em ação para reforçar apoio à petista. Fonte: Carlos
Mazza (O Povo).
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